Fausto: Por este rio acima

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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Reflexão Final



Esta reflexão crítica estrutura-se em dois eixos de análise: o que (os conteúdos) e o como se encontrou estruturada a aprendizagem desta unidade curricular.

Em relação ao que, foi possível, através dos conteúdos da disciplina e da sua organização sequencial, descobrir (passar a conhecer melhor) os jovens que habitam as nossas escolas. Em simultâneo, foi possível olhar para nós próprios, o outro lado da mesma moeda: o ensino. Procurámos. Assim, a resposta às seguintes questões: Que singularidades têm os nativos digitais? Como e para que é que os jovens utilizam as novas tecnologias? Qual a resposta da escola e dos professores, “imigrantes digitais”, face à emergência desta nova geração e às potencialidades inerentes às novas tecnologias?

Os estudante de hoje são a primeira geração que nasceu e vive o seu dia-a-dia imerso nas novas tecnologias - Nativos Digitais (Prensky, 2001). Estes ambientes interactivos geraram um novo modo de processar informação completamente diferente dos seus antecessores: “diferentes tipos de experiências criam diferentes estruturas cerebrais” (Prensky, 2001) – as singularidades dos nativos digitais.
São estes jovens que, na fase da adolescência, habitam as nossas escolas. E a questão fundamental a que o adolescente tenta responder é “Quem sou eu?” . Para a resposta ele precisa de conhecer as percepções dos outros, de interagir com eles, de novamente se interrogar e interagir: a construção da identidade faz-se em interacção com os outros. As novas tecnologias, pelas suas características, aumentam a velocidade de interacção e maximizam o número de contactos, proporcionam, assim, um meio de explorar a identidade através de envio/recebimento de mensagens, criação de páginas, blogues, redes sociais… Os jovens exploram as tecnologias e colocam-nas ao seu serviço para: comunicarem, interagirem, se afirmarem, se projectarem, se construírem e integrarem no mundo e sociedade que os rodeia – o como e o para que é que os jovens utilizam as novas tecnologias.
As práticas digitais estão intrinsecamente ligadas à construção da identidade mas também são potenciadoras, e portadoras, de aprendizagens criativas, e de mestria, que, na sua maioria, são exercidas em contexto exterior à escola.
A escola, e os professores com as seus diferenças e características próprias de “imigrantes digitais”, revelam ter muita dificuldade em adaptar-se às características desta nova geração e em integrarem e valorizarem as suas práticas.

É importante que nos questionemos, e foi isso que fizemos, sobre o que se ensina e a forma como a escola o faz. Numa perspectiva construtivista, inerente à escola do futuro, os alunos devem ser criadores activos das suas aprendizagens e utilizadores críticos dos media. O professor pode e deve aproveitar as potencialidades oferecidas pelas novas tecnologias, e a motivação que proporcionam, para educar para os valores comuns e universais que consideram a dignidade humana e, para o desenvolvimento das competências de literacia de informação:

"the adoption of appropriate information behaviour to identify, through whatever channel or medium, information well fitted to information needs, leading to wise and ethical use of information in society."
(Webber and Johnston)


Em relação ao como, ao ser adoptada uma filosofia de trabalho baseada na construção partilhada do conhecimento, a metodologia de trabalho de grupo, utilizada frequentemente, revelou-se uma boa estratégia porque permitiu criar um clima propício à troca de ideias, à discussão e à criação de aprendizagens. Do mesmo modo, a discussão em fóruns trouxe ao debate diferentes pontos de vista, enriquecidos por documentos (bibliografia de apoio), que possibilitaram muitas vezes, uma riquíssima troca de ideias, a utilização da capacidade argumentativa e o pensar naquilo que nunca se tinha pensado. Por vezes, ao longo dos debates, foi frequente o entusiasmo com que se expuseram as ideias e se procuraram as respostas às comunicações. O desejo de estar em linha, em interacção com o outro, transpareceu ao longo dos debates.
A professora Maria João também soube intervir quando foi necessário, colocando questões, animando o debate, respondendo às solicitações.
Chegámos assim ao fim, mais conhecedores e mais felizes porque sabemos mais sobre o modo como devemos, e vamos, exercer as nossas práticas e por estarmos mais próximos de quem também andou por aqui.

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