
Actividades Sociais e Desenvolvimento da Identidade nos Jovens
Objectivo: Reconhecer a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.
Recursos de Aprendizagem
Texto 1
Weber, S.; Mitchell, C. (2008). Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies. In Youth, Identity, and Digital Media: 25-47.
Texto 2
Stern, S. (2008). Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship. In Youth, Identity, and Digital Media: 95-117.
Texto 3
Boyd, D. (2008). Why Youth ♥ Social Network Sites: The Role of Networked Publics in Teenage Social Life. In Youth, Identity, and Digital Media: 119-142.
Texto 4
Stald, G. (2008). Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media. In Youth, Identity, and Digital Media: 143-164.
Texto 5
Goldman, S.; Booker, A., & McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206.
Texto 6
Yardi, S. (2008). Whispers in the Classroom. In Digital Youth, Inovation, and the Unexpected: 143-164.
Na primeira parte da actividade, trabalho de grupo, seleccionámos e analisámos o texto “Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media" de Gitte Stald.
A leitura individual do texto, a discussão conjunta e a elaboração de um documento síntese para apresentar ao grupo turma, permitiu a discussão enriquecedora das ideias e a apropriação individual de conceitos intrínsecos ao texto. Deste modo, a metodologia de trabalho de grupo afigurou-se muito adequada. O grupo soube também, mais uma vez, aproveitar as potencialidades oferecidas pelas novas tecnologias através da utilização do Google Docs e do Skype.
Neste artigo, a autora apresenta os resultados de um estudo empírico sobre a utilização e as atitudes dos jovens dinamarqueses, de 15 a 24 anos, face ao telemóvel, realizados no âmbito da pesquisa e desenvolvimento do projecto, Mobile Media, Mobile Youth, no Outono de 2004 e na Primavera de 2006. A reflexão sobre o estudo efectuado por Gitte Stald permitiu-me apropriar-me da visão da autora que atribui ao telemóvel uma dupla significação: objecto de comunicação e instrumento de socialização e verificar que, ainda de forma empírica, os resultados do estudo seriam de certo semelhantes se este tivesse como objecto os adolescentes portugueses.
A principal característica física do telemóvel é o facto de ser móvel e de poder ser muito facilmente transportável, maximizando as possibilidades e as potencialidades da comunicação com os outros, ultrapassando as barreiras físicas e espaciais ao mesmo tempo que está livre das limitações da proximidade física. O acrescentar de múltiplas funcionalidades ao telemóvel, o “canivete suíço” (no dizer da autora) permitiu que este deixasse de ser só um telefone portátil para passar a ser um computador portátil com acesso à internet, MMS, jogos, música e rádio alarme, relógio, bloco de notas, agenda, máquina fotográfica… Estas características possibilitam que o telemóvel seja o instrumento de comunicação chave para muitos jovens (ele está omnipresente nas suas vidas) e, deste modo, tem um papel crucial na formação de normas e regras sociais e no aferir da sua posição face ao grupo/pares – objecto de socialização.
De facto, o telemóvel tem um o significado adicional: é um instrumento de interacção social, que possibilita o desenvolvimento da identidade nos jovens. É esta correspondência biunívoca, entre o objecto telemóvel e a construção da identidade por parte do jovem, pois estes encontram-se num processo de autoconstrução da sua identidade - Mobily Identity - que constituiu o essencial da aprendizagem que efectuei e que transmitimos no nosso trabalho de grupo..
Refiro como principais conhecimentos adquiridos, em relação telemóvel enquanto objecto de socialização e construção de identidade nos jovens, os seguintes:
● Uma particularidade do uso do telemóvel é o facto de ele estar sempre ligado - disponibilidade. Existe um sentimento de perda, de desconexão da rede social quando o jovem tem o telemóvel desligado. É “obrigatório” estar sempre disponível e contactável, sem momentos de pausa. O tipo de comunicação muitas vezes utilizada – comunicação fática –, e o simples facto de dar um toque, tem por objectivo o estar em contacto, o dizer que se está a pensar no outro. O stress existe quando os jovens estão sem telemóvel e coloca-se também perante a necessidade de lidar com o enorme fluxo de informação veiculado por este. A linguagem utilizada obedece a códigos que é necessário conhecer para que a comunicação se cumpra. A ausência de resposta à comunicação pode ter o significado de uma rejeição social e para que tal não ocorra é necessário estar sempre contactável e disponível. O tipo de comunicação utilizada deriva da necessidade dos jovens testarem a identidade pessoal em relação à identidade do grupo e sua integração social.
● O telemóvel permite estar aonde não se está fisicamente. Permite, também, o contacto com outra pessoa, diferente daquela com quem se está fisicamente acompanhado – estar aonde não se está - o que causa um sentimento de exclusão por parte da pessoa presente, que não participa na conversa por telemóvel. Assim, o telemóvel aumenta o sentimento de presença, de proximidade psicológica e de intimidade mas também pode ser percepcionado como um meio alienante. Creio que é o seu carácter, potencialmente, alienante do contexto que conduz, à partida, os professores a não considerarem a sua utilização como ferramenta de aprendizagem.
● O telemóvel é percebido pelo jovem como a extensão do seu corpo e mente – o eu adicional. Devido às suas potencialidades, e ainda ao facto de estar sempre presente, o telemóvel permite guardar todos os momentos marcantes, e até os menos importantes, da vida: uma espécie de blogue móvel. Este facto atribui ao telemóvel um grande significado simbólico: é pessoal, intransmissível e só se compartilha com os amigos
● As normas que os adolescentes adoptam na utilização do telemóvel reflectem, em grande medida, as normas de comportamento social. Há um conjunto de normas de moderação e de "bom comportamento" que regulam o relacionamento social dos adolescentes em interacção nas suas redes sociais. Cada troca comunicativa envolve a negociação de normas sociais e, portanto, uma identidade de grupo.
A auto-regulação é necessária e esperada, embora as normas variem entre os grupos. A negociação mútua é uma qualidade fundamental da identidade do grupo: o indivíduo deve comportar-se de acordo com o código normativo e, em simultâneo, os códigos colectivos são criados pelos indivíduos que testam e espelham as suas identidades individuais
Sendo um objecto que causa muita perturbação no dia-a-dia da escola devido à sua utilização individual e compulsiva por parte de alguns alunos, em contexto de sala de aula e ainda, à divulgação de acontecimentos pouco felizes ocorridos em escolas, a legislação proíbe a sua utilização em espaço escolar. No entanto, registam-se algumas utilizações, com sucesso, do telemóvel como recurso educativo e que devem merecer atenção. Veja-se a revista Noesis nº 74, Julho/Setembro de 2008, (link na barra lateral, deste blogue) em particular o Dossier Tic Tac Tic Tac As Tecnologias na Educação onde se justifica o título do dossier do seguinte modo: “”TIC” refere-se obviamente às Tecnologias de Informação e Comunicação e é já um acrónimo bem conhecido e de uso comum. “TAC” remete-nos para as finalidades que as TIC deverão prosseguir para serem educativas: T = Tecnologias, A= Aprendizagem; C =Criação. No artigo, deste dossier, O Futuro é já hoje, dá-se conta da experiência da professora Adelina Moura acerca da utilização, em sala de aula, das tecnologias móveis (que incluem, obviamente, o telemóvel). A experiência da utilização deste recurso, por parte desta professora, baseia-se no paradigma de aprendizagem mobile learning ou m-learning, projecto WAPEDUC: Ecole Nomade (ver vídeo).
Veja-se também em relação a este propósito da utilização do telemóvel como recurso educativo o seguinte artigo:
http://run.unl.pt/bitstream/10362/3368/1/eduarda%20ferreira%20tese.pdf
Pela mão (literalmente verdade) da professora descobrimos o Personal Learning Enviroment (PLE) (link na coluna d a direita) que pode ser definido como:
A personal learning environment is personal in the sense that WHAT is learned has to be based on what interests the learner.
...the learner should have some ability to select the tools that work best for his/her learning style and needs.
No desenvolvimento do PLE o aluno tem que seleccionar, compilar informação ,avaliar o resultado do seu trabalho (certificação do seu trabalho. Parecem ser evidentes em todo este processo, que este confere: motivação para a aprendizagem; liberdade – pode escolher quando e como faz a aprendizagem (gere o processo); responsabilidade; sentido de realização (o produto final corresponde à matriz de exigência definida).
Foram, identificada pelo colega João, as seguintes aplicações e conceitos de Web2 .0 referidos no vídeo:
• Symbaloo (interface de acesso a diferentes conteúdos na Web) • Facebook • Youtube • PKY Science Agenda (blogue do curso de ciências online, com indicação de tarefas diárias) • Google Docs (para publicação e partilha de documentos) • Poket Tanks (utilização das potencialidade de um jogo para a estruturação da informação) • Delicious (social bookmarks account, para registo e organização das hiperligações das páginas Web consultadas) • Blogger (criação de blogues para publicação de recursos media e reflexões pessoais) • Blogster (sítio com dicas e ferramentas gratuitas para blogues) • E-mail (contactos com pedidos de ajuda a cientistas e para peer reviews) • Evernote (para gerir a informação, permitindo guardar conteúdos de que se gosta e aceder em qualquer sítio) • Canais de TV online (Discovery Channel) • Glogster (criação de posters interactivos, integrando diferentes suportes de media) • Skype (videoconferência)
E para que a memória não se perca, fica aqui um link para o fórum de discussão sobre PLE.
E para que a memória não se perca, fica aqui um link para o fórum de apresentação do texto 4.
E para que a memória não se perca, fica aqui um link para o fórum de apresentação do texto 3.
E para que a memória não se perca, fica aqui um link para o fórum de apresentação do texto 2.
