Fausto: Por este rio acima

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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Reflexão Final



Esta reflexão crítica estrutura-se em dois eixos de análise: o que (os conteúdos) e o como se encontrou estruturada a aprendizagem desta unidade curricular.

Em relação ao que, foi possível, através dos conteúdos da disciplina e da sua organização sequencial, descobrir (passar a conhecer melhor) os jovens que habitam as nossas escolas. Em simultâneo, foi possível olhar para nós próprios, o outro lado da mesma moeda: o ensino. Procurámos. Assim, a resposta às seguintes questões: Que singularidades têm os nativos digitais? Como e para que é que os jovens utilizam as novas tecnologias? Qual a resposta da escola e dos professores, “imigrantes digitais”, face à emergência desta nova geração e às potencialidades inerentes às novas tecnologias?

Os estudante de hoje são a primeira geração que nasceu e vive o seu dia-a-dia imerso nas novas tecnologias - Nativos Digitais (Prensky, 2001). Estes ambientes interactivos geraram um novo modo de processar informação completamente diferente dos seus antecessores: “diferentes tipos de experiências criam diferentes estruturas cerebrais” (Prensky, 2001) – as singularidades dos nativos digitais.
São estes jovens que, na fase da adolescência, habitam as nossas escolas. E a questão fundamental a que o adolescente tenta responder é “Quem sou eu?” . Para a resposta ele precisa de conhecer as percepções dos outros, de interagir com eles, de novamente se interrogar e interagir: a construção da identidade faz-se em interacção com os outros. As novas tecnologias, pelas suas características, aumentam a velocidade de interacção e maximizam o número de contactos, proporcionam, assim, um meio de explorar a identidade através de envio/recebimento de mensagens, criação de páginas, blogues, redes sociais… Os jovens exploram as tecnologias e colocam-nas ao seu serviço para: comunicarem, interagirem, se afirmarem, se projectarem, se construírem e integrarem no mundo e sociedade que os rodeia – o como e o para que é que os jovens utilizam as novas tecnologias.
As práticas digitais estão intrinsecamente ligadas à construção da identidade mas também são potenciadoras, e portadoras, de aprendizagens criativas, e de mestria, que, na sua maioria, são exercidas em contexto exterior à escola.
A escola, e os professores com as seus diferenças e características próprias de “imigrantes digitais”, revelam ter muita dificuldade em adaptar-se às características desta nova geração e em integrarem e valorizarem as suas práticas.

É importante que nos questionemos, e foi isso que fizemos, sobre o que se ensina e a forma como a escola o faz. Numa perspectiva construtivista, inerente à escola do futuro, os alunos devem ser criadores activos das suas aprendizagens e utilizadores críticos dos media. O professor pode e deve aproveitar as potencialidades oferecidas pelas novas tecnologias, e a motivação que proporcionam, para educar para os valores comuns e universais que consideram a dignidade humana e, para o desenvolvimento das competências de literacia de informação:

"the adoption of appropriate information behaviour to identify, through whatever channel or medium, information well fitted to information needs, leading to wise and ethical use of information in society."
(Webber and Johnston)


Em relação ao como, ao ser adoptada uma filosofia de trabalho baseada na construção partilhada do conhecimento, a metodologia de trabalho de grupo, utilizada frequentemente, revelou-se uma boa estratégia porque permitiu criar um clima propício à troca de ideias, à discussão e à criação de aprendizagens. Do mesmo modo, a discussão em fóruns trouxe ao debate diferentes pontos de vista, enriquecidos por documentos (bibliografia de apoio), que possibilitaram muitas vezes, uma riquíssima troca de ideias, a utilização da capacidade argumentativa e o pensar naquilo que nunca se tinha pensado. Por vezes, ao longo dos debates, foi frequente o entusiasmo com que se expuseram as ideias e se procuraram as respostas às comunicações. O desejo de estar em linha, em interacção com o outro, transpareceu ao longo dos debates.
A professora Maria João também soube intervir quando foi necessário, colocando questões, animando o debate, respondendo às solicitações.
Chegámos assim ao fim, mais conhecedores e mais felizes porque sabemos mais sobre o modo como devemos, e vamos, exercer as nossas práticas e por estarmos mais próximos de quem também andou por aqui.

Glossário da Cultura Digital



Civic Engagement Online:
Utilização da comunicação online ( blog, fóruns e páginas web …) para interagir, ficar mais perto, das pessoas com quem se pretende comunicar.

Copyright:
Declaração de titularidade exclusiva do direito de usar obras intelectuais que podem ser literárias, artísticas ou científicas, incluindo o direito de copiar, distribuir e adaptar o trabalho. Devido à facilidade de efectuar upload dos documentos publicados na Internet, é cada vez mais difícil aos autores protegerem os seus direitos autorais e impedir a distribuição irregular, a duplicação e a reutilização dos materiais protegidos por direitos autorais.

Cyberbullying:

Prática que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar apoio a comportamentos deliberados, repetidos e hostis praticados por um indivíduo, ou grupo, com a intenção de prejudicar outrem (violência virtual)-

Deep Dive:
Expressão que significa aprofundar um determinado assunto ou tema. Exploração mais profunda de termos/designações/temas obtidos a partir da informação em massa que uma pessoa recebe e analisa.

Digital Dossier:

Colecção de informação digital, relacionada com uma determinada área de interesse, que se encontra disponível de uma forma acessível e organizada.

Digital Exposure:

Documentos privados, tais como e-mails, registos de chats, fotos e outro tipo de documentos que podem ser facilmente capturados, duplicados e publicados online e que podem causar constrangimentos ao serem expostos publicamente.

Digital Immigrant:

Indivíduo que nasceu antes do surgimento da tecnologia digital e que a começou a utilizar tardiamente, após a adolescência ou em adulto. Tal como um imigrante geográfico, o digital immigrant , pode adoptar alguns comportamentos de um native digital mas mantém, no entanto, velhos hábitos.

Digital Information:

Designação que é dada à informação que pode ser armazenada ou transferida electronicamente.

Grazing:
Forma de obter e de se envolver ligeiramente com grandes quantidades de novas informações. Estas informações podem ser acedidas através de sites, "feeds", RSS, mensagens de texto e outros disseminadores de informação digital.

Media Industry:
Expressão que designa as empresas que se dedicam à indústria da informação e da comunicação.

E para que a memória não se perca, fica aqui um link para o glossário digital.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Utilização Social dos Media Digitais - Perspectiva dos Jovens




Entrevista a Jovens sobre a Utilização Social dos Media Digitais

Objectivo: Identificar as marcas identitárias da adolescência em sites sociais de jovens.

Numa primeira fase, procedeu-se à criação conjunta (grupo turma) de um guião de entrevista sobre a utilização social dos media digitais (msn, blogs, redes sociais, entre outros), procurando explorar a perspectiva dos jovens sobre as grandes questões que habitualmente se colocam sobre esta utilização no dia-a-dia . Esse guião pode ser consultado aqui.
Na segunda fase, constituíram-se grupos de trabalho para entrevista de jovens, cujo guião constituía o ponto de partida, e elaboração posterior de um pequeno texto de análise e interpretação da perspectiva juvenil acerca da utilização social dos media digitais.
As conclusões foram, na última fase, apresentadas ao grupo turma e discutidas em conjunto. Nessa apresentação, concluímos que os resultados das entrevistas eram muito semelhantes e condizentes, também, com os resultados do estudo E-Generation: os usos de media pelas crianças e jovens em Portugal – Relatório Final, 2007 (ver barra à direita, neste blogue).
Destacam-se como principais conclusões referentes aos jovens entrevistados:
- dizem possuir computador e aceder à internet com muita frequência, quer na escola quer em casa. Utilizam a net para pesquisar informações para a realização de trabalhos escolares mas também como entretenimento/lazer;
- manifestam algumas preocupações relativamente à segurança na net mas identificam o termo mais com a protecção do equipamento do que com a segurança pessoal;
- manifestam ter preocupações relativamente à propriedade intelectual mas não se coíbem de fazer downloads;
- os adolescentes afirmam que só alguns pais exercem algum tipo de controlo sobre o que fazem quando estão ao computador;
- preferem a comunicação síncrona à comunicação assíncrona;
- fazem parte de redes sociais, em primeiro lugar o Facebook, para poderem estar em permanente contacto com amigos que preferencialmente são do meio social que frequentam;
- consideram ser mais fácil fazer amizades através da Internet. Contudo preferem fazer amizades pessoalmente, considerando que é mais seguro deste modo;
- quando estão online os jovens gostam de falar sobre si próprios e sobre temas do seu interesse como filmes e música;
- não atribuem especial importância à existência de blogue/página pessoal, nem visitam os de outros, excepto para a realização de trabalhos escolares;
- possuem telemóvel que raramente desligam, mesmo em contexto de sala de aula, preferindo colocá-lo no silêncio.
- se tivessem de escolher preferiam a Internet ao telemóvel por se poder pesquisar e ter acesso a vários recursos.
- estranham que se refira o telemóvel como recurso de aprendizagem a ser utilizado durante as aulas.

E para que a memória não se perca, fica aqui um link para as conclusões do grupo "Pop".
E para que a memória não se perca, fica aqui um link para as conclusões do grupo "Rock"
E para que a memória não se perca, fica aqui um link para a continuação da discussão em fórum.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Medias Digitais e Construção da Identidade nos Jovens


Actividades Sociais e Desenvolvimento da Identidade nos Jovens

Objectivo: Reconhecer a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.


Recursos de Aprendizagem

Texto 1

Weber, S.; Mitchell, C. (2008). Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies. In Youth, Identity, and Digital Media: 25-47.

Texto 2

Stern, S. (2008). Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship. In Youth, Identity, and Digital Media: 95-117.

Texto 3

Boyd, D. (2008). Why Youth ♥ Social Network Sites: The Role of Networked Publics in Teenage Social Life. In Youth, Identity, and Digital Media: 119-142.

Texto 4

Stald, G. (2008). Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media. In Youth, Identity, and Digital Media: 143-164.

Texto 5

Goldman, S.; Booker, A., & McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206.

Texto 6

Yardi, S. (2008). Whispers in the Classroom. In Digital Youth, Inovation, and the Unexpected: 143-164.

Na primeira parte da actividade, trabalho de grupo, seleccionámos e analisámos o texto “Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media" de Gitte Stald.
A leitura individual do texto, a discussão conjunta e a elaboração de um documento síntese para apresentar ao grupo turma, permitiu a discussão enriquecedora das ideias e a apropriação individual de conceitos intrínsecos ao texto. Deste modo, a metodologia de trabalho de grupo afigurou-se muito adequada. O grupo soube também, mais uma vez, aproveitar as potencialidades oferecidas pelas novas tecnologias através da utilização do Google Docs e do Skype.

Neste artigo, a autora apresenta os resultados de um estudo empírico sobre a utilização e as atitudes dos jovens dinamarqueses, de 15 a 24 anos, face ao telemóvel, realizados no âmbito da pesquisa e desenvolvimento do projecto, Mobile Media, Mobile Youth, no Outono de 2004 e na Primavera de 2006. A reflexão sobre o estudo efectuado por Gitte Stald permitiu-me apropriar-me da visão da autora que atribui ao telemóvel uma dupla significação: objecto de comunicação e instrumento de socialização e verificar que, ainda de forma empírica, os resultados do estudo seriam de certo semelhantes se este tivesse como objecto os adolescentes portugueses.

A principal característica física do telemóvel é o facto de ser móvel e de poder ser muito facilmente transportável, maximizando as possibilidades e as potencialidades da comunicação com os outros, ultrapassando as barreiras físicas e espaciais ao mesmo tempo que está livre das limitações da proximidade física. O acrescentar de múltiplas funcionalidades ao telemóvel, o “canivete suíço” (no dizer da autora) permitiu que este deixasse de ser só um telefone portátil para passar a ser um computador portátil com acesso à internet, MMS, jogos, música e rádio alarme, relógio, bloco de notas, agenda, máquina fotográfica… Estas características possibilitam que o telemóvel seja o instrumento de comunicação chave para muitos jovens (ele está omnipresente nas suas vidas) e, deste modo, tem um papel crucial na formação de normas e regras sociais e no aferir da sua posição face ao grupo/pares – objecto de socialização.
De facto, o telemóvel tem um o significado adicional: é um instrumento de interacção social, que possibilita o desenvolvimento da identidade nos jovens. É esta correspondência biunívoca, entre o objecto telemóvel e a construção da identidade por parte do jovem, pois estes encontram-se num processo de autoconstrução da sua identidade - Mobily Identity - que constituiu o essencial da aprendizagem que efectuei e que transmitimos no nosso trabalho de grupo..
Refiro como principais conhecimentos adquiridos, em relação telemóvel enquanto objecto de socialização e construção de identidade nos jovens, os seguintes:
● Uma particularidade do uso do telemóvel é o facto de ele estar sempre ligado - disponibilidade. Existe um sentimento de perda, de desconexão da rede social quando o jovem tem o telemóvel desligado. É “obrigatório” estar sempre disponível e contactável, sem momentos de pausa. O tipo de comunicação muitas vezes utilizada – comunicação fática –, e o simples facto de dar um toque, tem por objectivo o estar em contacto, o dizer que se está a pensar no outro. O stress existe quando os jovens estão sem telemóvel e coloca-se também perante a necessidade de lidar com o enorme fluxo de informação veiculado por este. A linguagem utilizada obedece a códigos que é necessário conhecer para que a comunicação se cumpra. A ausência de resposta à comunicação pode ter o significado de uma rejeição social e para que tal não ocorra é necessário estar sempre contactável e disponível. O tipo de comunicação utilizada deriva da necessidade dos jovens testarem a identidade pessoal em relação à identidade do grupo e sua integração social.
● O telemóvel permite estar aonde não se está fisicamente. Permite, também, o contacto com outra pessoa, diferente daquela com quem se está fisicamente acompanhado – estar aonde não se está - o que causa um sentimento de exclusão por parte da pessoa presente, que não participa na conversa por telemóvel. Assim, o telemóvel aumenta o sentimento de presença, de proximidade psicológica e de intimidade mas também pode ser percepcionado como um meio alienante. Creio que é o seu carácter, potencialmente, alienante do contexto que conduz, à partida, os professores a não considerarem a sua utilização como ferramenta de aprendizagem.
● O telemóvel é percebido pelo jovem como a extensão do seu corpo e mente – o eu adicional. Devido às suas potencialidades, e ainda ao facto de estar sempre presente, o telemóvel permite guardar todos os momentos marcantes, e até os menos importantes, da vida: uma espécie de blogue móvel. Este facto atribui ao telemóvel um grande significado simbólico: é pessoal, intransmissível e só se compartilha com os amigos
● As normas que os adolescentes adoptam na utilização do telemóvel reflectem, em grande medida, as normas de comportamento social. Há um conjunto de normas de moderação e de "bom comportamento" que regulam o relacionamento social dos adolescentes em interacção nas suas redes sociais. Cada troca comunicativa envolve a negociação de normas sociais e, portanto, uma identidade de grupo.
A auto-regulação é necessária e esperada, embora as normas variem entre os grupos. A negociação mútua é uma qualidade fundamental da identidade do grupo: o indivíduo deve comportar-se de acordo com o código normativo e, em simultâneo, os códigos colectivos são criados pelos indivíduos que testam e espelham as suas identidades individuais

Sendo um objecto que causa muita perturbação no dia-a-dia da escola devido à sua utilização individual e compulsiva por parte de alguns alunos, em contexto de sala de aula e ainda, à divulgação de acontecimentos pouco felizes ocorridos em escolas, a legislação proíbe a sua utilização em espaço escolar. No entanto, registam-se algumas utilizações, com sucesso, do telemóvel como recurso educativo e que devem merecer atenção. Veja-se a revista Noesis nº 74, Julho/Setembro de 2008, (link na barra lateral, deste blogue) em particular o Dossier Tic Tac Tic Tac As Tecnologias na Educação onde se justifica o título do dossier do seguinte modo: “”TIC” refere-se obviamente às Tecnologias de Informação e Comunicação e é já um acrónimo bem conhecido e de uso comum. “TAC” remete-nos para as finalidades que as TIC deverão prosseguir para serem educativas: T = Tecnologias, A= Aprendizagem; C =Criação. No artigo, deste dossier, O Futuro é já hoje, dá-se conta da experiência da professora Adelina Moura acerca da utilização, em sala de aula, das tecnologias móveis (que incluem, obviamente, o telemóvel). A experiência da utilização deste recurso, por parte desta professora, baseia-se no paradigma de aprendizagem mobile learning ou m-learning, projecto WAPEDUC: Ecole Nomade (ver vídeo).



Veja-se também em relação a este propósito da utilização do telemóvel como recurso educativo o seguinte artigo:
http://run.unl.pt/bitstream/10362/3368/1/eduarda%20ferreira%20tese.pdf

Pela mão (literalmente verdade) da professora descobrimos o Personal Learning Enviroment (PLE) (link na coluna d a direita) que pode ser definido como:
A personal learning environment is personal in the sense that WHAT is learned has to be based on what interests the learner.
...the learner should have some ability to select the tools that work best for his/her learning style and needs.

No desenvolvimento do PLE o aluno tem que seleccionar, compilar informação ,avaliar o resultado do seu trabalho (certificação do seu trabalho. Parecem ser evidentes em todo este processo, que este confere: motivação para a aprendizagem; liberdade – pode escolher quando e como faz a aprendizagem (gere o processo); responsabilidade; sentido de realização (o produto final corresponde à matriz de exigência definida).



Foram, identificada pelo colega João, as seguintes aplicações e conceitos de Web2 .0 referidos no vídeo:
Symbaloo (interface de acesso a diferentes conteúdos na Web) • Facebook YoutubePKY Science Agenda (blogue do curso de ciências online, com indicação de tarefas diárias) • Google Docs (para publicação e partilha de documentos) • Poket Tanks (utilização das potencialidade de um jogo para a estruturação da informação) • Delicious (social bookmarks account, para registo e organização das hiperligações das páginas Web consultadas) • Blogger (criação de blogues para publicação de recursos media e reflexões pessoais) • Blogster (sítio com dicas e ferramentas gratuitas para blogues) • E-mail (contactos com pedidos de ajuda a cientistas e para peer reviews) • Evernote (para gerir a informação, permitindo guardar conteúdos de que se gosta e aceder em qualquer sítio) • Canais de TV online (Discovery Channel) • Glogster (criação de posters interactivos, integrando diferentes suportes de media) • Skype (videoconferência)

E para que a memória não se perca, fica aqui um link para o fórum de discussão sobre PLE.
E para que a memória não se perca, fica aqui um link para o fórum de apresentação do texto 4.
E para que a memória não se perca, fica aqui um link para o fórum de apresentação do texto 3.
E para que a memória não se perca, fica aqui um link para o fórum de apresentação do texto 2.

Identidade Social na Adolescência




Processo de Construção da Identidade na Adolescência


Objectivo: Identificar as características e discutir o processo de construção de identidade na adolescência.


Recursos de Aprendizagem:

Huffaker, D.; Calvert, S. (2008). Gender, Identity and Language Use in Teenage Blogs. In Journal of Computater-Mediated Comunication, 10 (2), article 1.

Schmitt, K.; Dayanim, S.; & Matthias, S. (2008). Personal Homepage Construction as an Expression of Social Development. In Development Psychology, 44 (2), 496-506.

Recurso Complementar

Schoen-Ferreira, T.; Aznar-Faria, M.; Silvares, E. (2003). A construção da identidade em adolescentes: Um estudo exploratório. In Estudos de Psicologia, 8 (1), 107-115.

Nesta unidade curricular analisaram-se as características do processo de construção da identidade social dos adolescentes em contexto online.

A adolescência corresponde a um período de questionamento, de exploração de preparação para a idade adulta. A questão fundamental a que o adolescente tenta responder, nesta fase da vida é: Quem sou eu?”. Para dar resposta a esta questão, o adolescente precisa de conhecer as percepções dos outros, de interagir com eles, de novamente se interrogar e interagir…. O computador e a Internet , pelas suas características, proporcionam, aos jovens, um meio de explorar/criar a sua identidade através de envio/recebimento de mensagens, criação de páginas, blogues…Os media são um importante factor de socialização. A ausência de apresentação física pode libertar certos indivíduos de estereótipos negativos ou estigmas de inferioridade.

Estudos efectuados por David Huffaker e Sandra Calvet referentes ao género, identidade e linguagem utilizada nos blogues por adolescentes, permitem caracterizar a linguagem utilizada pelas novas formas sucessivamente inventadas, específicas, deste tipo de comunicação, de que são exemplo os text-based e os emoticons como: “um discurso emergente que é moldado integralmente com a criatividade” (2008). Segundo os mesmos autores uma análise semântica de género do discurso utilizado nos blogues, tornou evidente que “ esta geração de usuários da Internet é cada vez mais andrógina, na sua comunicação e interacção online”(Huffaker, Calvet, 2008).

Os estudos de Schmitt, Dayanim e Mathias confirmam que o domínio das habilidades técnicas das novas tecnologias na criação de páginas web desenvolve um sentimento de mestria tanto de pré-adolescentes como de adolescentes. O domínio é um dos principais desafios de desenvolvimento durante a pré-adolescência e permite o seu aprofundamento durante a adolescência. “crianças que criaram páginas ou blogues disseram que estavam orgulhosos das suas habilidades”(2008) e além disso referiram que é “fácil aprender a utilizar as novas tecnologias”. Os autores concluem, que embora “haja esperança e medo em relação à Internet” (2008)pode afirmar-se que os adolescentes que criam páginas pessoais e blogues têm fortes sentimentos de domínio e usam estes meios para afirmarem quem eles são.

Sobre esta temática, e relacionado com a minha prática de docente e/ou professora-bibliotecária refiro o que expressei no primeiro contributo para o debate:

“A leitura dos textos, mais uma vez, permitiu-me reflectir melhor sobre a prática de articulação da minha biblioteca escolar com os professores da área de projecto do 12.º ano. Uma das iniciativas conjuntas é o concurso dos trabalhos dos alunos no âmbito desta disciplina, (regulamento visitável em: http://areadeprojecto12d.blogs.sapo.pt/).

A forma escolhida, preferencialmente, pelos alunos para dar visibilidade aos seus trabalhos tem sido os blogues (visitáveis na mesma página ou em http://www.esec-canecas.rcts.pt/index.php?pagina=areaprojecto&cntrl=al). Esta evidência observa-se também noutras escolas, pelo grande número de exemplos que se encontram na net.

Revisitei alguns desses blogues na tentativa de responder às seguintes questões: Que diferenças/ semelhanças existem nestes blogues e os que foram analisados nos textos referidos na bibliografia? Será que apresentam as características de construção de identidade e de domínio?

A resposta a estas questões necessitava de um estudo aprofundado. No entanto, atrevo-me a expressar alguns aspectos a que atribuo alguma relevância: a finalidade com que foram criados os blogues: uns revelam o adolescente( são pessoais), os outros revelam o que o adolescente procura investigar/compreender ( são os curriculares); aos primeiros é atribuída uma maior liberdade de construção/ de expressão porque foram construídos fora da escola, os segundos estão sujeitos, implicitamente, ao cumprimento das normas da escola/ da elaboração de trabalhos…. Apesar destas diferenças, uns e outros são afirmações de identidade: os adolescentes revelam os seus rostos, os nomes, as suas preferências, a sua escola; expõem publicamente as suas ideias, os seus conhecimentos; interagem com os outros (os contadores automáticos anunciam, quase sempre grande número de visitantes) e, regista-se, ainda em todos os blogues um espaço reservado a comentário/opiniões como por exemplo em:

Migas: Bem a vossa anlise aos inkeritx é xtensa o k vem revelr mto trbalhinho!continuem axim..fltam agora os grafikos..:D

Neuza: É só pa dizer que gosto do voxo blog e ve-se que voxex estao mt dedicados a ele .

http://canecaspartidas.blogs.sapo.pt/2007/10/ Blogue Canecas Partidas Ex: 16 May 08, 21:01

Estes blogues apresentam também a ligação em rede com outros blogueiros e, também, ligações a diferentes instituições e aos órgãos de poder local.

É também evidente o domínio por parte destes adolescentes, das novas tecnologias pode por isso afirmar-se que os adolescentes que criam estes blogues têm fortes sentimentos de mestria e usam estes meios para afirmarem quem o são e o que sabem.

Concluo, assim, que constituem boas práticas o apoio, por parte da biblioteca escolar, à adopção de metodologias curriculares que incentivam a criação de blogues.”


E para que a memória não se perca, fica aqui um link para o fórum de discussão.

domingo, 5 de dezembro de 2010

NATIVOS DIGITAIS VS IMIGRANTES DIGITAIS

Google por fora e por dentro

Perfil do Estudante Digital


Objectivo
: Identificar e discutir as características atribuídas ao estudante digital.

Competências
: Definir o perfil do estudante digital.

Recursos de Aprendizagem:


Prensky, M. (2004) The Emerging Online Life of the Digital Native: What they do differently because of technology and how they do it. 1-14

Prensky, M. (2001) Digital natives, digital immigrants. In On The Horizon (Vol9, nº 5). NCB University Press.

Nesta primeira unidade pretendia-se traçar o perfil do estudante digital. O primeiro objectivo era conhecer este novo estudante que nasceu na era das novas tecnologias e que as utiliza diariamente de forma intensiva: Nativo Digital.
As novas tecnologias, e a sua evolução têm provocado mudanças no modo como os estudantes processam informação: “diferentes tipos de experiências criam diferentes estruturas cerebrais” (Prensly, 2001). Ainda de acordo com Prensky /2004) “Students are not just using technology differently today, but are approaching their life and their daily activities differently because of the technology”. Parece assim, existir uma relação biunívoca entre os jovens e a tecnologia.
Entendida a envolvência dos Nativos Digitais, era importante identificar as suas singularidades. Tal como foi referido na apresentação do trabalho de grupo: “Entender este novo estudante e o modo como aprende constitui para o professor um desafio e uma obrigatoriedade. Desafio porque tem que aprender a dominar as novas tecnologias, território de origem do estudante digital e pouco conhecido para o professor, e obrigatoriedade porque só há diálogo quando se utiliza a mesma linguagem.”
Para melhor conhecimento do estudante digital foram identificadas as suas características referentes às seguintes questões: Como se relaciona com a informação / conhecimento? Como Comunica? Como se Socializa?
As respostas às questões formuladas permitiram identificar um perfil de estudante digital onde sobressaem um conjunto de pontos fortes que devem ser considerados e valorizados pelo professor, Emigrante Digital, nomeadamente:
  • Procura informação vai longe na aprendizagem, sempre que está motivado em relação a um assunto;
  • Processa informação proveniente de diversas fontes
  • Tem apetência ou desejo de criar.
  • Adquire facilmente competências, e fica apto, através da experimentação, para criar produtos digitais. Os novos mundos que são capazes de criar são muitas vezes complexos e únicos
  • Colabora, e facilmente coordena, actividades online que envolvem centenas de pessoas.
A valorização deste pontos fortes, assim como a indicação de que este estudante tem pouca paciência para aulas expositivas e prefere o que é rápido e imediato, obriga o professor, “smart adult immigrant” (Prensky, 2001), a reconsiderar as metodologias e os conteúdos, adoptando os seguintes procedimentos:
  • Complementar a sua formação científica com a formação tecnológica;
  • Adoptar metodologias e estratégias de aprendizagem que maximizem os pontos fortes e minimizem os pontos fracos identificados no perfil do estudante digital.
O que o professor “smart adult immigrant” deve fazer é ensinar o que não se aprende sozinho, nem de modo espontâneo” Usar o computador como uma ferramenta de investigação cientifica profunda” Blinkstein
Além de tornar possível o conhecimento do perfil do estudante de hoje e conhecer melhor o modo como ele aprende, esta UC, através da metodologia de trabalho de grupo para a elaboração de um powerpoint, constituiu, em si mesma, a prova do desejo de emigração do professor (imigrante digital) para o território de origem do nativo digital:
  • Aprendi a utilizar novas ferramentas disponibilizadas pela tecnologia: google docs; skype…
  • Procurei, partilhei e analisei informação
  • Apliquei na prática uma metodologia de descoberta, criação conjunta com utilização das novas tecnologias: o modo como eles, nativos digitais, desejam aprender.



E para que a memória não se perca, fica aqui um link para o fórum de discussão
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So if Digital Immigrant educators really want to reach Digital Natives – i.e. all their students – they will have to change. It’s high time for them to stop their grousing, and as the Nike motto of the Digital Native generation says, “Just do it!” They will succeed in the long run – and their successes will come that much sooner if their administrators support them.
Prensky, 2001

Enquanto o adulto vê a Internet como um substantivo, a criança vê - a como um verbo, o seja, uma ferramenta que permite fazer o que deseja
Volney Faustini,

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As palavras de Daniel Cassany sobre as competências básicas e linguísticas da geração Google.




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